quinta-feira, novembro 20, 2008

[The Selfish Gene] Why are People?

Estou começando a ler o The Selfish Gene, por Richard Dawkins. Sempre tive interesse em ler algo desse autor, mas nunca tinha comprado. Recentemente, quando o dólar ainda estava em patamares acessíveis, fiz uma grande compra na Amazon e resolvi incluir uma cópia. A versão que tenho é esta:

http://www.amazon.com/Selfish-Gene-Anniversary-Introduction/dp/0199291152/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=books&qid=1227216961&sr=1-1

Boa e barata. Um bom acabamento. É uma edição de aniversário, 30 anos completados em 2006. Além de um prefácio e introdução especiais, existem ao final do livro alguns esclarecimentos feitos pelo autor, dividos por capítulo. Interessante é que o objetivo dos esclarecimentos era de certa forma situar o livro na atualidade, mas pelo que já li do texto atual, não parece ser necessário qualquer atualização. Tenho costume de ler em inglês no meu dia-a-dia, então não fico surpreso quando consigo entender um livro em inglês. O que acontece é que em alguns casos não tenho sorte e acabo adquirindo livros indecifráveis para os não-nativos. Assim considero Neuromancer, uma verdadeira luta para aproveitar todas as brincadeiras inscritas nas frases. Com esse, não tive o mesmo problema. Um inglês enxuto, fácil de compreender, mas nem por isso desprovido de significado. Se um dia conseguir escrever com um décimo da qualidade de Dawkins, dou-me por satisfeito.
 
Vou tentar fazer um pequeno relato das minhas impressões sobre cada capítulo que ler. O primeiro tem o título "Why are people?". Antes dele, há muita introdução, mas não acho que seja algo bom de ser lido, pois de certa forma o autor tenta corrigir conclusões que o leitor ainda não teve a chance de formular. Com certeza retornei às primeiras partes depois que terminar, mas poderia ter começado melhor sem as ter lido. O primeiro capítulo começa um parágrafo que muitos irão considerar um exemplo de arrogância. Alguns até podem achar que tanta segurança em uma teoria chega até ser um crime ao ceticismo. É defendido que toda e qualquer tentativa de resposta para a pergunta que dá título ao artigo feita antes da formulação de Darwin sobre a evolução é simplesmente equivocada. Um argumento forte que tem a oportunidade de ser defendido no restante do livro.

A partir da declaração de importância da evolução, alguns conceitos básicos são apresentandos. Primeiro, a definição de altruísmo. No contexto do livro, uma atitude altruista é aquela onde as ações de um ser levam a um aumento da expectativa de vida de outro ser semelhante, em detrimento das suas próprias chances de vida. Egoísmo seria o contrário. É algo meio forte, não totalmente de acordo com o que somos acostumados a considerar nas relações entre os seres humanos. Nem sempre a pessoa altruísta está se prejudicando ao ajudar aos outros. Acho que essa diferença quando compreendida pode ajudar a esclarecer alguns desentendimentos sobre o livro. É comentado algo sobre como a sociedade humana, apesar de influenciada pelos genes, não está confinada a decisões puramente genéticas. Nós aprendemos a nos "rebelar" ao nosso destino genético, o próprio uso de contraceptivos é um tipo de rebelião contra nossa natureza. E para eliminar qualquer relação entre o que se deseja apresentar no livro e algumas teorias extremas de darwinismo social. O nível de egoísmo e altruísmo que se debate não é entre espécies e indivíduos, mas sim entre genes. O fato de se usar adjetivos humanos em entidades desprovidas de pensamentos como genes serve apenas como efeito didático. Não é o ser humano que ser comporta como egoísta, mas seus genes.

Um pouco complicado de se entender? Sim. Uns bons exemplos são apresentados, a idéia fica bem mais palpável. A idéia de que grupos ou indivíduos são rebatidas com força, até alguns pesquisadores "qualis A internacional" são criticados por defenderem uma posição contrária. Não sei como foi a reação da época, mas hoje a maioria já deve ter morrido. Talvez o mais interessante para alguém pensando em ler o livro sejam os três pontos sobre os quais o autor afirma não se tratar o livro. São eles:

Não se trata de discutir moral e ética baseados na evolução.
Não vão ser discutidos os méritos do debate entre natureza e experiências adquiridas. (http://en.wikipedia.org/wiki/Nature_versus_nurture)
Não é uma descrição determinística sobre o comportamento do homem ou qualquer espécie em foco.


Ou seja, não é um livro sobre psicologia ou sociologia, nem se presume fazer afirmações sobre essas ciências. É um livro sobre biologia. O mais importante a ser capturado nesse capítulo é que, apesar da frase "Perpetuação da espécie" está quase sempre ao darwinismo, o mais correto seria a "Perpetuação do gene". Parece ser um modelo muito interessante para a evolução da vida. Contarei mais a medida que for lendo os outros capítulos.




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Um comentário:

Joao Borges disse...

Boas observações, irei acompanhar as dos capítulos seguintes. ;)