sexta-feira, dezembro 26, 2008

[The Selfish Gene] Gene Machine

Neste feriado, já li os capítulos 4 e 5. Espero ter mais agilidade nos
próximos, acho que estou demorando muito neste livro.

Nesse capítulo, as comparações com máquinas continuam. Anteriormente,
as similaridades entre o código em execução em computadores e o código
genético já haviam sido levantadas. Agora temos um certo
aprofundamento. As analogias não deixam de ser interessantes, apesar
das ressalvas constantes do autor. Uma palestra desse cara deve ser
muito legal.

O melhor programador é aquele que consegue construir programas que
além de tratar muito bem todos os requisitos previstos, não se
comporta de maneira inadequada quando novos requisitos surgem. Ou
seja, programas que no mínimo sabem tratar exceções muito bem e no
máximo são altamente adaptativos a condições não previstas. Na
comparação realizada, o melhor conjunto de genes é aquele que cria o
ser melhor capaz de se adaptar as condições imprevisíveis do ambiente.

Assim como o programador, os genes só tem controle direto sobre o
produto durante o projeto. Não há como o programador prever todas as
situações possíveis as quais o código será exposto. Se houvesse como
fazer isso, programar seria criar uma grande tabela. O que pode ser
feito é tentar programar da melhor maneira possível. Os genes
encontraram uma solução melhor. Que tal criar um programa capaz de
criar novo código para solucionar problemas não visíveis no momento de
projeto? Um programa inteligente, executando em hardware orgânico,
nosso cérebro. O cérebro nada mais é do que a solução da evolução para
a complexidade do mundo real.

Se bem que o cérebro acaba fazendo muito mais do que resolver
problemas. Temos aí a questão do subconsciente, que o autor sabiamente
se esquiva de aprofundamento. O máximo que ele faz é detalhar que a
melhor maneira de se adaptar é modelar o mundo real e se visualizar
dentro de situações possíveis. Daí pode ter surgido a imaginação,
agora os efeitos colaterais não previstos resultaram na complexidade
da mente humana. Difícil dizer o que tem significado evolutivo ou não,
mas o importante é que temos discernimento para contrariar decisões
evolutivas lógicas, como a reprodução. Ou talvez até isso esteja
dentro de uma estratégia evolutiva estável? Não me parece.


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