quarta-feira, agosto 19, 2009

Radiohead: Gravadoras para quê?

O pessoal do Radiohead parecem ser os únicos a perceberem que a
estrutura tradicional de produção musical já está com seus dias
contados desde o Napster. A banda recentemente afirmou que não irá
mais lançar discos em formatos tradicionais, disponibilizou uma música
em homenagem a um combatente da I Guerra (paga) e hoje me deparo com
uma nova música gratuita no site deles
(http://www.waste.uk.com/Store/waste-radiohead-twisted%2Bwords.html).

É claro que a maioria não compra uma versão paga. Mas os poucos que
fazem já conseguem pagar o custo de manutenção do site e ainda dá
algum lucro. Em troca, um serviço rápido para baixar música e um
arquivo de ótima qualidade (320Kbps). O Radiohead já teve ter alguns
milhões de contratos passados e com certeza lucra bastante com as
turnês. Gravadoras para quê, então?

Claro que isso só funciona porque os fãs possuem uma identificação
especial com o Radiohead. Independente de gosto, é difícil negar que
eles são artistas únicos. Esse tipo peculiar pode não lotar Wembley
com 88 mil pessoas, mas com certeza já é suficiente para garantir uma
vida mais que confortável para todos os envolvidos. Eu pessoalmente
gosto do Radiohead, mas não é a minha favorita e nem os considero a
única banda "pensante" do milênio.

Fico só meio encucado com a idéia de não fazer mais álbuns. Lá fora o
mercado de singles sempre foi vivo e importante, mas eu me acostumei
na adolescência a escutar álbuns inteiros, com músicas relacionadas e
um tema em comum. Parece ser bem mais apropriado para transmitir uma
idéia, um momento do artista, do que um conjunto de músicas soltas.
Vejo que no meu próprio dia-a-dia perdi o costumo de ouvir álbuns
inteiros, agora é mais no modo "random" do iPod, mas sinto falta do
sentimento de completude que um álbum bem montado traz. Acho que as
duas maneiras poderiam sobreviver em paz na era de internet como
sobreviveram na era do LP/CD.


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