sábado, dezembro 13, 2008

[The Selfish Gene] Immortal Coils

Tive que procurar no dicionário para saber o significado de "coils". A melhor maneira de traduzir seria a de que são os círculos formados ao se curvar uma corda repetidamente. Seriam os laços imortais. Uma alusão direta ao formato da molécula do DNA e sua suposta imortalidade. Esse capítulo é bem grande, fornece uma fundamentação técnica sobre o funcionamento do DNA. Para lembrar a importância dessa molécula na existência da vida como conhecemos, é lembrado que os genes de uma mosca são diferentes dos de um elefantes, porém as moléculas que os constituem são bem mais parecidas do que diferentes, sendo que a nível molecular boa parte das reações químicas também são semelhantes.

Como é que algo como o DNA pode conter informações sobre a construção de um feto inteiro? E como essa construção ocorre de fato? Por mais simplificador que parece, essa cadeia de moléculas é formada por basicamente pelos quatros nucleotídeos A, T, C, G (curiosamente, os nomes completos não são mencionados nesse capítulo).  Combinados em diferentes códigos, cada seqüência de DNA acaba por instruir como certas proteínas devem ser sintetizadas. E são essas proteínas que orientam a construção de todo o resto. O DNA é o código fonte, as células os compiladores, nós somos os binários em execução.

Outro aspecto importante é o fato que características adquiridas não são escritas no código fonte. Tudo o que você viveu, só será transmitido para gerações futuras através de laços culturais, o DNA não guarda nada. A combinação de genes dentro de cada ser humano só sobrevive durante a vida do indivíduo. A combinação tem vida curta, mas os genes em si são muito mais duradouros. Durante a reprodução, no famoso crossing over, pedaços de cromossomos dos pais são embaralhados, gerando uma nova combinação, porém com maioria dos genes conversados, sejam do pai ou da mãe. O gene em si não é um pedaço de cromossomo bem determinado, com começo e fim (isso é chamado de cístron). Os genes seriam unidades cromossômicas, responsáveis por algumas características, capazes de sobreviver intactos ao processo de crossing over (onde podem ser repartidos) uma quantidade de vezes suficiente para servirem como fator para a seleção natural. A competição que existe é entre o gene e seus alelos, aqueles que podem ocupar seu lugar em um cromossomo no momento da meiose, criação das células reprodutoras. Os outros genes são apenas parte do ambiente, assim comos outros fatores que o ser já criado e estabelecido terá que enfrentar. As mutações são eventos raros, então os X-Men são lenda mesma.

Não tem como se aprofundar muito em um assunto que deveria ser dominado por todos. O importante a ser tirado do capítula é o estabelecimento do conceito de gene, sua imortalidade e como ele interage químicamente com os outros durante as fases da reprodução. Da mesma maneira que um átomo do corpo humano pode ter vindo de uma estrela, um gene pode ter vido de uma espécia há muito extinta, bastante diferente. Pense nos componentes de software, vagão por aí, as aplicações vão e vem, mas eles continuam firmes, raramente alterados. Tomada as devidas proporções de tempo, não é uma comparação tão absurda.



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